After Laughter já superou as expectativas dos fãs e segue com grande destaque na mídia!
A revista Spin listou os 50 melhores álbuns de 2017 até agora e o quinto trabalho de estúdio do Paramore entrou na sexta colocação, deixando pra trás artistas de peso como Drake, Phoenix, The XX e Harry Styles!

Além disso o jornalista Jordan Sarjent publicou uma review maravilhosa que destaca a evolução sonora, os pontos altos de cada faixa de ‘After Laughter’ e a nova etapa na carreira do Paramore:

Paramore é uma nova banda – novamente. Com cinco mudanças de integrantes e a mesma quantidade de álbuns lançados, eles já perderam um baixista e trouxeram de volta o baterista Zac Farro à sua dinâmica interna. A sua mudança sonora é adequadamente rítmica. Guitarras, sintetizadores e baterias compartilham as trilhas de percussão; juntos eles vibram através das canções de ‘After Laughter’, o primeiro álbum da banda em quatro anos.

A bateria que introduz o single e carro-chefe “Hard Times” mistura-se com uma idêntica linha de guitarra para formar um padrão de vibrações e cores primárias. É o álbum mais brilhante e animado da banda. O som é nítido e cada camada é facilmente identificada, diferente das reverberações que constituem a produção do rock tradicional. Eles criaram as músicas a partir do ritmo que caracteriza o pop e estilo livre dos anos 80.

Muito dessa abordagem poderia ser creditada à Farro, cuja bateria alternadamente coloca as músicas tanto em tons agudos, quanto em tons mais densos.
Ou então à Taylor York, que criou grande parte da base do álbum anterior e acabou tornando-se um dos principais compositores da banda.
Depois da saída do guitarrista Josh Farro, em 2009, as composições de York levaram o Paramore ao patamar de banda de pop-rock com mais embasamento do que apenas riffs. As partes de guitarra soam como frações extraídas de composições de rock mais amplas, algumas peças soltas que não possuem quebra-cabeça original.

Considere a linha de guitarra do hit “Still Into You”, que se ajusta durante toda a música. Suas qualidades são ambas percussivas e vocais, de forma que a vocalista Hayley Williams, ao invés de apenas gritar sobre diversos riffs de guitarras, ela está respondendo e acompanhando os ritmos sobrepostos. O que outras bandas considerariam como detalhes secundários e enfeites, são fundamentais para as composições de York.

Em ‘After Laughter’, as guitarras de Taylor York parecem descender de Lindsey Buckingham, uma outra guitarrista que constrói músicas inteiras sem floreios. Ele gravou elementos precisos por toda “Told You So” e “Forgiveness”, dando às músicas um tom similar à ‘Tango in the Night’ de Fleetwood Mac.
‘Forgiveness’, em particular, é uma das melhores músicas da banda. Seu ritmo mais suave e mais dinâmico flutua acima do ressentimento e da tristeza que a letra transmite. Hayley Williams canta “You want forgiveness” e as guitarras de York ecoam junto com sua voz, em uma espécie de brilho cósmico; “but I just can’t do it”.

“Musicalmente esse é o mundo que eu me imagino vivendo como pessoa” Hayley revelou em entrevista à Zane Lowe, do canal Beats1, descrevendo a sonoridade de ‘After Laughter’. “É um álbum divertido… e eu sinto que muitas pessoas querem se sentir assim.”.

No entanto, a margem entre o antigo Paramore emo e o novo Paramore pop é visível nesse álbum, até mais do que os singles iniciais sugerem. Os versos de “Fake Happy” compartilham da mesma brilhante vibração de “Hard Times” e “Told You So”, mas o refrão da música abre um buraco no álbum, através do qual a banda se parece estranhamente como aquela que produziu ‘Brand New Eyes’.
A próxima música, “26”, soa, em seus arranjos, como uma sequência de “Misguided Ghosts”, onde a voz de Williams é acompanhada apenas por um violão e uma seção de cordas, interligando-se e ansiosamente reagindo à música como um sistema nervoso externo. “After all wasn’t I the one who said / to keep your feet on the ground,” ela canta, respondendo à uma versão anterior de si mesma, que cantava “keep your feet on the ground / when your head’s in the clouds” em “Brick by Boring Brick”, de Brand New Eyes.

Ao longo de ‘Affer Laughter’, Williams atua como um tipo de antagonista. Ela está em desacordo com o ritmo do álbum, cantando em um contraponto tão obscuro que parece abrir um purgatório no centro do álbum. “Caught in the Middle,” que aparece na segunda metade, é realmente o coração. Williams canta “I don’t need no help / I can sabotage me by myself” com uma desconexão tão profunda entre o brilho superficial da música e seu refrão desanimado, que ouvi-la nos faz achar que estamos passando por dois polos emocionais.

“He said my eyes are getting too dark now / Boy, you ain’t ever seen my mind,” ela canta em “Rose Colored Boy,” e mesmo quando a entrega de Williams é flexível e animada, o seu canto se baseia no pop e rock contemporâneo para a precisão de seu tom – as letras transmitem profundas e intermináveis crises de ansiedade, depressão e exaustão. Quando combinadas com ambientes estáticos construídos por York e Farro, o álbum parece encarnar o tipo de mania lúcida que caracteriza um colapso nervoso.

A escuridão da perspectiva de Williams se constrói durante o álbum e, em “Idle Worship”, atinge um ponto de ruptura que é perturbador – enquanto ela canta os versos (“Remember how / we used to like ourselves?”), a substância de sua voz se desintegra. Na faixa seguinte, “No Friend”, Williams cede o momento mais sombrio do álbum para Aaron Weiss, da banda mewithoutYou, que entrega um monólogo de palavras faladas, enquanto soa as inversões obscuras do riff de “Idle Worship” de York e Farro. A letra de Weiss adiciona detalhes métricos aos sentimentos de “Idle Worship”, uma música sobre expectativas interpessoais e a vasta distância entre o que você mesmo acredita que é e o que os outros pensam que você é. “So throw your pedestal of stone in the forgetful sea,” Weiss diz, “as protection from the paper-thin perfection you project on me.”. Nesse ponto o álbum alcança um precipício e a próxima, “Tell Me How”, parece que alguém peneira os destroços de um desastre. “I know you think that I erased you,” Williams canta. “I know you hate me, but I can’t hate you.”.
Na maior parte da música, somente um piano soa sob o vocal de Williams, mas eventualmente a guitarra de York e a bateria de Farro entram e contribuem silenciosamente com detalhes para a música, mesclando-se como ondas contra a superfície de um penhasco.

‘After Laughter’ não é tão impressionante quanto o álbum auto-intitulado da banda, que deflagrou a ideia do Paramore como uma banda de rock e os permitiu se tornarem genuinamente eles mesmos, ao explorar todas as nuances e tons da sua identidade. Qualquer coisa próxima à essa identidade, não necessariamente no som, mas também nas letras, vai inevitavelmente ser comparado com esse álbum. Mas ‘After Laughter’ tem sua própria e distinta identidade. Os álbuns anteriores do Paramore descreveram os perigos do sofrimento, do crescimento e sobrevivência; as músicas em ‘After Laughter’ são quase que exclusivamente sobre sobrevivência. Parece que a banda pegou um fio do álbum auto-intitulado e focou em reconstruir a vida de cada um e a própria banda. Este quinto álbum, no entanto, observa um aspecto diferente do que é a sobrevivência: o vazio e a falta de sentido e como frequentemente ela falha ao alterar o universo indiferente que a cerca e demanda que ela exista.

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