A plataforma de vendas Society6 – que liga designers a clientes interessados em produtos artísticos -, entrevistou Scott Cleary, a mente por trás da nova identidade visual do Paramore.

Scott criou toda a arte do álbum, os novos produtos da loja oficial e o conceito visual do site da banda -, e falou sobre o processo de criação do ‘After Laughter’ ao lado do trio, de quem já era amigo antes de iniciar o projeto.

Confira, abaixo, a entrevista traduzida:

Há algo no mais novo álbum do Paramore, After Laughter, que parece ser diferente: com o ousado modelo dos anos 80, formas e cores, a arte é reflexo de um novo som e da nova direção que a banda tomou. Nós conversamos com a mente criativa por trás do renascimento da banda, Scott Cleary – designer de Los Angeles -, sobre sua abordagem ao design e como é fazer colaborações com artistas para trazer à vida a visão deles.

Você é designer e ilustrador, conte-nos mais sobre o tipo de trabalho que você geralmente faz.

Eu trabalho com um pouco de tudo, desde o clássico design gráfico de marcas até ilustrações completamente divertidas. Eu gosto de envolver elementos feitos à mão em meus trabalhos, o máximo possível. A maior parte dos meus trabalhos acaba caminhando nessa direção.

Como você abordou a proposta de desenhar a capa do álbum do Paramore? Como foi o processo? Foi um trabalho colaborativo com a banda ou você tinha uma ideia geral na sua mente e seguiu com ela?

A banda veio falar comigo quando eles estavam gravando em Los Angeles. Nós somos amigos há um tempo, então passamos muito tempo juntos enquanto eles estavam em Nashville. Eles perguntaram se eu estava interessado em fazer a arte do álbum e criar uma nova marca registrada para a banda, então agarrei a oportunidade. Eles tinham algumas ideias relacionadas aos anos 80, e algumas referências visuais que eles imaginavam. Eu fiz o ritual “ouvir o álbum, escrever/desenhar um monte de coisa” e surgi com a ideia de uma paisagem onde cores, formas e texturas representariam sons e momentos do álbum. Eles gostaram de cara do meu primeiro conceito, o que é raro, mas mostra que estávamos todos na mesma página. Foi ótimo trabalhar com a banda – o fato de que já éramos amigos ajudou, eu não precisei falar com um monte de pessoas antes de formar uma opinião. Eu criei um layout geral no computador para a arte toda, depois recriei cada elemento na vida real (muito artesanato), fotografei, depois trouxe de volta para a paisagem. Sonicamente, o álbum é muito “real”, e eu queria que a imagem tivesse os detalhes finalizados dessa forma.

Como é criar uma arte com outros artistas? Há mais pressão para fazer justiça ao trabalho deles a partir do seu?

Eu acho que há vezes em que um artista vem até você pelo que você já faz e vezes que você precisa se desdobrar para descobrir qual é o melhor resultado final para ele. Ao mesmo tempo em que é importante seguir com suas próprias ideias, você precisa representar aquela banda ou artista antes de tudo. Eu nunca senti tanta pressão quanto eu senti nesse projeto. O Paramore tem uma base de fãs leal e gigantesca, eu não conseguiria suportar o pensamento de decepcioná-los. De qualquer forma, isso me fez trabalhar mais para que isso não acontecesse.

Você tem algum conselho para artistas que trabalham com clientes? Como você estabelece um limite entre manter sua integridade artística e criar um produto que deixe o cliente feliz? 

Eu acho que a relação com clientes sempre vai perseguir todos os designers de alguma forma. Infelizmente, não há uma regra de ouro. Eu acredito que seja injusto pensar que todos os clientes estão na mesma página que você. Da mesma forma, é injusto um cliente pensar que você sabe ler mentes. O ponto de partida é que você tem que resolver problemas. Se eu dou de cara com uma dificuldade com um cliente, eu preciso ter certeza de que estarei sendo compensado pelo tempo que perdi e seguir em frente. Se eu não gosto da forma como o projeto terminou, o mundo não precisa saber que eu tentei.

Como tem sido a resposta à arte do álbum desde que ela foi revelada?

Tem sido uma boa recepção até agora. Partindo do começo, com a animação da banda, da gravadora e da gerência do Paramore, até agora, com os fãs surtando com a arte, eu não poderia pedir por uma experiência melhor.

Parece que eles realmente incorporaram a estética do álbum no clipe de Hard Times. Você estava envolvido nisso também?

Eu não estava envolvido oficialmente no vídeo. No entanto, minha arte foi a primeira peça visual que acompanhou o novo álbum e a banda queria ser coesa, então, no fim das contas, o vídeo acabou sendo influenciado pela arte.

Você tem planos futuros com outras bandas ou artistas? Algum projeto sobre o qual você queira falar, além de ser pai pela primeira vez? 

 

Sim! Eu e minha esposa estamos ocupados com a chegada de nosso filho, Oslo. O Paramore ainda está me mantendo muito ocupado com todos os outros produtos que acompanham essa banda tão grande. Merchandise, pôsteres, etc. Não há fim à vista! Ha.

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