Aos 78 anos, o avô de Hayley Williams, está lançando seu primeiro álbum – e contou com a ajuda da neta para tirar o projeto do papel. Em uma entrevista para a revista Garden & Gun, ele compartilha sua jornada, os desafios e a felicidade de finalmente ver sua música ganhar vida.
Confira a tradução:
Como Hayley Williams, do Paramore, Ajudou Seu Avô a Lançar Seu Álbum de Estreia
Aos 78 anos, o nativo de Meridian, Mississippi, prova que nunca é tarde para correr atrás dos seus sonhos.
(por Jim Beaugez)
Rusty Williams pode não ser um nome conhecido, mas sem seu talento musical e sua influência sobre a neta, Hayley Williams, a banda Paramore talvez nunca tivesse se tornado um sucesso.
Hayley, agora vencedora de três prêmios Grammy e com milhões de álbuns vendidos, passou a infância em Meridian, Mississippi, ouvindo seu querido vovô tocar o tipo de soft rock leve que acaba de aparecer em seu álbum de estreia, Grand Man, lançado na semana passada pelo selo Congrats Records, de Zac Farro, companheiro de banda no Paramore.
Foi uma longa espera para o veterano Williams, agora com 78 anos. Ele gravou as treze músicas de Grand Man com seu amigo Frank Morris há cinco décadas. Essas gravações perdidas — em grande parte canções de amor escritas para sua esposa, Sharon — tornaram-se parte do folclore da família, e Hayley nem tinha certeza de que realmente existiam até ressurgirem no ano passado. Na verdade, as únicas gravações do vovô que ela havia escutado eram aquelas feitas por ela ou por outras pessoas em um celular. Um desses registros improvisados chegou até mesmo ao seu álbum solo de 2020, Petals for Armor, sendo sampleado na música “Crystal Clear”. Mas o tesouro que se tornou Grand Man trouxe o legado de Rusty à tona de forma completa.
“Nós nem sabíamos que as músicas existiam nessa forma”, diz Hayley. “Eu só tinha ouvido ele tocar algumas das composições no piano.” Mas, assim que Zac Farro ouviu as canções, concordou que eram especiais. “Zac disse: ‘Eu preciso lançar isso. As pessoas precisam ouvir.’ Então, é algo muito especial e realmente parece um projeto de família.”
Hayley e Rusty, que agora tem um legado musical próprio, sentaram-se com a Garden & Gun para falar sobre suas vidas musicais entrelaçadas.
Como foi finalmente ouvir essas gravações novamente e quanto tempo fazia desde a última vez?
Rusty: A primeira vez foi em 1974, e a próxima foi em 2025 [risos]. Faz bastante tempo, mas é incrível. Eu nunca esperei que isso realmente acontecesse.
Hayley, como essas músicas te impactaram enquanto crescia?
Hayley: Eu me lembro dele tocando Angel Eyes e Riverboat Gambler pela casa, e ele estava sempre tocando piano. Quando eu nasci, acho que ele já não tinha mais um violão em casa, mas ele me ensinou a tocar bateria, e a gente sempre conversava sobre música ou ouvia música juntos.
Sinto que minha educação musical veio do meu vovô me mostrando tudo. Ele sempre falava sobre The Four Tops, The Temptations, Elvis, Climax e Bread. A música sempre estava presente, seja ele cantando alguma coisa ou me mostrando algo que adorava.
Quando você percebeu que Hayley também tinha herdado o dom da música?
Rusty: Ela e uma amiga costumavam se apresentar na igreja ou em shows de talentos. Teve um evento no [Highland Park, em Meridian], onde elas cantaram juntas, mas depois cada uma fez uma apresentação solo. Quando Hayley começou a cantar, as crianças se levantaram das cadeiras querendo tocá-la. Eu disse: “Isso é o Elvis em um corpo feminino.” Eu soube na hora, sem dúvida.
Hayley: O vovô escreveu todas essas músicas com seu amigo Frank, e era como se fossem uma banda, mesmo sem realmente serem. Mas eu sei o quão importante é essa sensação, e era isso que eu buscava, seja cantando no coral da igreja ou quando me mudei para cá [para Nashville] e entrei para uma banda com os caras.
Como tem sido ver Hayley viajar o mundo em turnê e ganhar Grammys com o Paramore?
Hayley: Ele chora toda vez que fala sobre o Paramore [risos].
Rusty: Desculpa [rindo, enxugando uma lágrima]. Ver ela no palco com aquela banda… Olha, se isso não mexer com você, tem algo errado. Todo mundo ficava sentado, mas eu tinha que descer até o palco, ficar lá em pé assistindo tudo. Isso desperta algo dentro de você, e aí você pensa: “Bom, talvez eu tenha tido um pouquinho a ver com isso.” A gente nunca sabe.
Todos esses anos se passaram sem que essas gravações fossem ouvidas. Por que lançá-las agora para um público maior?
Hayley: Na verdade, foi o Zac que quis ouvir tudo como uma coleção. Mas, em certo momento, [para Rusty] não sei se você estava só querendo relembrar o passado, mas de repente começou a procurar todas essas músicas, e foi por isso que você pediu originalmente para o Taylor [York, também do Paramore] organizar o material de um jeito que você pudesse ouvir no carro, só para se divertir.
Mas quando todos nós ouvimos o que ele estava escutando, pensamos: “Espera aí, isso é algo importante.” É como uma cápsula do tempo. Dá para sentir exatamente onde eles estavam naquela época, e há uma magia real nisso.
Paramore Brasil
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