Na última sexta-feira (23) o Paramore publicou uma nota em agradecimento à matéria do portal Stereogum, canal de notícias voltado ao meio da música. A publicação fala sobre o desempenho da banda nos últimos anos e o crescente sucesso do single “Ain’t It Fun“. A tradução da matéria você confere na íntegra:
A semana no pop: Paramore não é divertido? A questão nem é tanto “Como Paramore chegou ao American Idol?”, ou “Por que demorou tanto tempo para chegar lá?”. Como explicamos no mês passado, a cena Warped Tour que levou o Paramore ao estrelato foi muito mais do que um sistema do mundo pop, e se alguém daquela cena exalava poder de estrela, era Hayley Williams. Mas guitarras altas e baterias violentas, como as que fizeram para a explosiva “Careful”, têm uma forma de espantar uma grande maioria do mundo musical popular, assim Paramore nunca havia colocado um hit na esfera do top 40. Ainda com a voz poderosa de Williams, um dom melódico e um carisma abundante.
A própria Williams já havia alcançado o top 40 com um hip-hop; ela marcou o segundo lugar em 2010 cantando na faixa “Airplanes”, de B.o.B., e foi para a posição 18 no ano passado com a colaboração de Zedd em “Stay The Night”. Também deve ter notado que o Paramore mostrou-se mais do que capaz de adotar uma amizade com o pop, quando eles melhoraram e muito a canção “Use Somebody”, da banda Kings Of Leon, com a tão divulgada versão acústica de 2009. Isso sem mencionar a sua própria balada “The Only Exception”. E é especialmente válido mencionar que Williams havia originalmente assinado contrato com a Atlantic Records como artista solo em 2003; o rótulo iria lançar Hayley ao mercado como uma cantora pop adolescente, mas Williams queria radicalizar. Então o Paramore foi enviado à Fueled By Ramen, onde produziram três álbuns de ritmo pop-punk que conseguiram lançar o Paramore na Hot 100 oito vezes. Então, depois da turnê pelo mundo em apoio à gloriosa turnê Brand New Eyes, em 2009, os irmãos Farro saíram da banda, chamando a mesma de “um produto fabricado de uma grande gravadora.” Na sua ausência, o Paramore finalmente fez um registro capaz de conquistar as paradas pop. Esse recorde foi “Ain’t It Fun”, uma canção que é certamente divertida. O primeiro single do Paramore no ano passado, mais explicitamente orientado ao rock “Still Into You”, conseguiu igualar a balada “The Only Exception”, do álbum Brand New Eyes, na posição 24, mas “Ain’t It Fun” será, provavelmente, a música que as pessoas mais se lembrarão do Paramore, e com razão. De volta ao momento em que o vídeo foi lançado em janeiro, nos pensamos: “Essa música é irada.”. No início deste mês, tornou-se o primeiro hit do Paramore no top 10 da Billboard Hot 100, e na semana passada ele atingiu o American Idol em um flash de balões amarelos. Os jurados Jennifer Lopez, Keith Urban, e Harry Connick Jr. estavam todos dançando desajeitadamente com sorrisos vertiginosos, e eu tenho que acreditar que uma grande parte dos norte-americanos estava fazendo a mesma coisa. Tudo isso colocou o Paramore em frente a muitos novos olhos através de um pop-rock-groove dos anos 80, um coro gospel, tiques vocais levantados por Michael Jackson, e um visual aparentemente emprestado por Miley Cyrus.
Isto só mostra o quanto a estética importa. Mesmo de volta em 2005, com o álbum de estreia All We Know Is Falling, Paramore estava produzindo o tipo de hino que poderia lotas arenas. O álbum Riot!, de 2007, fez a banda ser febrilmente amada, e Brand New Eyes os tornava legítimas estrelas do rock, os queridinhos das críticas. Eles cresceram quase tanto quanto uma banda de rock pode crescer hoje, tudo isso enquanto Williams se envolvia em projetos paralelos que sugeriram que ela poderia ser lançada para um novo nível de estrelato, deixando seus companheiros de banda para trás. Em vez disso, ela os trouxe junto com ela – os que não estavam assustados com a ideia de tender ao pop, de qualquer maneira – e explorou uma grande variedade de sons. Antes mesmo do que os seus colegas de gravadora “Fall Out Boy”, Williams, Jeremy Davis e Taylor York já haviam tentado experiências do gênero. A melhor delas é, “Ain’t It Fun”, hit na fórmula certa para uma performance no American Idol, um ambiente tipicamente associado ao estrelato pop. Mas não há nada previsível sobre as apresentações do Paramore em 2014, e da forma como Williams saltou e sorriu no American Idol, sugeriu que seu coração está entregue à esta música.
Paramore não era um movimento em direção ao pop mainstream, mas sim uma expansão em todas as direções. O álbum é reconhecido como o trabalho da mesma velha banda – camadas esmagadoras de guitarra, coros crescentes, uma notória seriedade cativante – e músicas como “Now” e “Be Alone” poderiam ter sido bem sucedidas em qualquer um de seus LPs anteriores. Mas ao longo de 17 faixas, o Paramore aplica suas habilidades para algo muito mais satisfatório do que aderir a parâmetros de gênero estrito: alegre, evolução livre.
A enérgica “Still Into You”, com seu teclado encantador e a interação da guitarra, é o raio de sol mais brilhante que o Paramore ja havia transmitido para o mundo, ao contrario de “Part II”, que é correspondentemente obscura, com sua bateria rígida tocada por Fab Moretti, os ruídos digitais no fundo da música, a guitarra New Wave, e a direção sintética que acaba tomando. “Anklebiters”, que foi criada numa arquitetura mais indie-pop, soa como se eles nunca tivessem aprendido sobre a raiva, enquanto “Last Hope” é um estudo de rock alternativo com a grandeza de uma música bem escrita. “Future” começa com as guitarras acústicas e fantasmagóricas, passando para o macabro e bombástico metal. Temos ainda uma serie de interlúdios com batidas de ukulele. “Fast In My Car” demonstra um gereno único e autêntico. Há tambem canções melódicas como “Grow Up”, “Daydreaming”, e “Proof”. Vitórias criativas. E em “Ain’t It Fun”, eles inventaram a batida mais contagiante e maravilhosa de todo pop-rock que já se ouviu. Em suma, o Paramore é exatamente o tipo de obra para a qual o termo “Força em Turnê” foi criado. É dificil levar a sério alguns fãs, aqueles que não gostam da banda, ou dos ex-membros, quando o Paramore parece estar explodindo sua verdadeira identidade.
Fiquem ligados!
Que crítica foda!