Depois da mais recente edição do Parahoy!, o Paramore foi entrevistado pela revista Billboard, e abriu o jogo em relação às dificuldades que Hayley Williams e Taylor York enfrentaram no cruzeiro de 2016, quando o baixista Jeremy Davis saiu da banda e entrou em um processo judicial contra Hayley Williams.

A banda também falou sobre o retorno de Zac Farro e sobre a possibilidade de criar um novo álbum, ainda este ano.

Confira:

Dois anos atrás, quando o Paramore embarcou no segundo cruzeiro do Parahoy!, a vocalista Hayley Williams pensou que o grupo estava realmente navegando por seu último pôr-do-sol. “Antes de entrarmos no navio eu já sabia que a banda provavelmente iria acabar,” ela diz, olhando para o Caribe do topo do Norwegian Jade enquanto ele navega pelas Bahamas em um passeio de quatro dias, partindo de Miami.

O baixista Jeremy Davis saiu três meses antes do cruzeiro de 2016, e os fãs logo descobririam que ele estava em um processo contra Williams. “Mais um membro que saiu,” ela lembra de ter pensado. (Os irmão Josh e Zac Farro saíram em 2010). “Eu pensei tipo, talvez o último show deva ser em um navio com todas as pessoas que mais se preocupam com a banda.” Mas em 2017, Williams reformou o grupo enquanto trio, com o guitarrista Taylor York e Zac Farro de volta nas baterias, e desenvolveu o álbum tropical After Laughter. “Estamos em um lugar melhor,” diz York. Segurando as lágrimas na frente de 2.700 fãs que estavam em um Q&A público com a banda naquele dia, Farro diz, “Eu não voltei para a banda – eu consegui minha família de volta.”

O Q&A é um dos numerosos eventos para o público, e aconteceu entre os sets do Local Natives, Judah & The Lion, e, é claro, dois shows do Paramore.

Entre a sessão pública de perguntas e respostas e o campeonato de bellyflop, as formas com as quais vocês interagem com os fãs no cruzeiro são únicas. Por que essa intimidade com os fãs é importante?
Hayley Williams: 
Nós temos muita sorte por termos conhecido os dois lados do que a internet faz para bandas. Às vezes parece um excesso. Mas foi uma ferramenta para nós no começo da carreira e isso era muito puro… Não apenas por causa daquela vibe vital dos shows antigos e o aspecto das turnês e tudo mais, mas isso nos ajudou a crescer. E fazendo o Parahoy! agora, nós descobrimos pessoas na plateia que acompanham a gente desde aquela época. É essa coisa tangível, multicultural – as pessoas vêm de todos os lados do mundo – e mesmo assim nós somos parte de uma comunidade real. Eu tenho muito orgulho disso. Em 2018, é difícil pensar que a internet conseguiu criar algo tão bom.
Zac Farro: Para essas pessoas, o paramore.net era como um Facebook – eles criavam usernames, conversavam e conheciam outras pessoas. Era um mundo dentro da internet que não era uma plataforma de mídia social, como o Instagram ou o MySpace. Isso é o paramore.net, na verdade – as pessoas estão aqui. Teve até um cara que pediu a namorada em casamento!
HW: Ah, na primeira noite?
ZF: Sim, na primeira noite.

Como a mentalidade de vocês mudou desde o último Parahoy!?
Taylor York: Estamos em um lugar bem melhor agora, comparando com dois ou quatro anos atrás. Obviamente, nós somos a mesma banda, mas parece que, na verdade, nem é possível comparar, de certa forma. Nossa banda sempre tem esses momentos que não sabemos se conseguimos superar. E, de alguma forma, sempre superamos.

O que estava deixando vocês pra baixo da última vez?
HW:
O que é que não estava? Honestamente, nós passamos por muitas coisas. Foi tipo, mais um membro saindo… e nós nos perguntávamos se conseguiríamos escrever outro álbum que nós gostássemos. A gente se questionava muito sobre porquê estávamos fazendo isso. Antes de entrar no navio, eu já sabia que a banda provavelmente iria acabar. Eu pensei tipo, “talvez seja o destino que o último show seja em um navio com todas as pessoas que mais se importam com a banda.” Era como um funeral, um fim bonito. Então nós subimos no palco e tocamos. A energia que está aqui hoje… Os fãs permanecem firmes porque eles precisam disso, talvez mais do que a gente. Quando saímos do navio dessa vez, nós pensamos, “Ok, tem um propósito nisso.” E essa é a grande diferença – Eu não me pergunto mais qual é nosso propósito.

Por que é tão importante ter o Zac de volta no Paramore?
HW: Uma vez eu li uma coisa sobre o Tolkien e o C.S. Lewis – que quando um deles morreu, o grupo todo de amigos mudou completamente, porque a parte de cada pessoa que trazia à tona uma parte de outra pessoa morreu também. Quando o Zac saiu da banda, eu perdi um pedaço do Taylor; eu perdi uma pedaço de mim. Nós superamos isso, encontramos a felicidade e a esperança em fazer música, porque a vida continua. Mas o Zac disse isso o tempo todo quando ele voltou: “Essas coisas não acontecem; você nem sempre ganha uma segunda chance como essa.” Não era, “Eu preciso voltar para a banda.” Era realmente o que ele disse no Q&A: “Eu voltei para a minha família.”

Em um dos sets acústicos, vocês disseram que, depois do último Parahoy!, vocês voltaram para casa e fizeram algumas músicas que finalizaram o After Laughter. Vocês acham que isso pode acontecer novamente? Vocês estão pensando em novas músicas?
HW: Nunca se sabe, certo? A forma como eu trabalho é escrevendo em cima do que o Taylor escreve. Se ele tem uma ideia e me manda as músicas, eu geralmente tento criar algo. Especialmente se isso realmente me afeta e eu me sinto inspirada de cara, é muito animador. Eu acho que não estamos planejando, sendo sincera, eu ainda estou sendo um pouco egoísta em relação ao After Laughter… eu gosto dele demais, e você só pode sair em turnê com um álbum uma vez. Eu sei que vou amar qualquer coisa que a gente faça depois dele ainda mais. É assim que acontece com a gente. E isso é algo para ficarmos realmente agradecidos. Mas, sim, não estamos planejando. Seria legal, eu acho – se a inspiração vier.
TY: O último cruzeiro aconteceu durante o processo de criação. Nós já havíamos encerrado um capítulo e, dessa vez, ainda estamos no meio de um. Então, a não ser que aconteça sem querer, é como se precisássemos viver a vida antes de estarmos prontos para mergulhar em outra coisa. Estamos tentando aproveitar a arte que criamos antes de pensarmos nisso novamente, mas talvez a gente acabe fazendo.

E sobre o próximo cruzeiro? 
HW: Eu só sei que no próximo Q&A quero colocar um fã sentado no palco para responder todas as perguntas também. Eu quero conhecer as pessoas que estão com a gente. Eu sinto que eles devem ter as histórias mais loucas e a gente está lá, sentado em nossas bundas e falando sobre nós mesmos por uma hora.

O que desse cruzeiro vocês acham que vai ficar na memória de vocês?
HW: Eu estou, pessoalmente, em um lugar muito melhor. Até os seguranças falaram tipo, “Cara, a Hayley está feliz nesse cruzeiro.” [Risos] E eu fiquei tipo, “Merda, eu pensei que estava conseguindo fingir muito bem que estava feliz da última vez!”

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