Shana Bergmann, do Pop Entertainment, entrevistou Hayley Williams pelo telefone. Elas tiveram uma conversa sobre a Monumentour, sobre quais itens Hayley carrega com ela em turnê, sobre o processo de criação do Paramore, sobre o que ela espera no futuro e muito mais! Leia a tradução da entrevista abaixo:
Eu queria te dar os parabéns por “Ain’t It Fun” ser o maior hit de vocês, e eu estava imaginando se, depois de todo esse tempo, você ficou surpresa que essa música seria aquela que faria a banda “grande”.
Hayley: Obrigada. Sim, deveria ser sempre uma surpresa, eu acho. Eu não acho que você deveria pensar se um single seu será o seu maior hit ou que terá sucesso. Mas esse, de longe, foi o que mais chocou todos nós. Tem sido tão divertido. Nós também damos todos os créditos ao Jeremy. É a nossa primeira música do Paramore com um baixo suave. Estávamos pensando que o sucesso tem alguma coisa a ver com isso. Mas você realmente tem que dar crédito ao fato de que nós realmente tomamos um grande risco com essa música. Nós estávamos muito animados com ela e foi muito divertido, teve tanta paixão. E eu acho – eu espero – que se possa escutar isso. E a mensagem, eu espero, é sarcástica, mas também traz inspiração o suficiente para as pessoas mais jovens que podem estar entrando sozinhas no mundo pela primeira vez. Eu sei que ela realmente me ajudou a passar por uma fase de mudanças na minha vida, então talvez ela possa conectar com as pessoas nesse sentido, também.
Eu tenho certeza que você está ansiosa para tocar ela em turnê…
Hayley: Ah, sim. É, de longe, nesse momento, minha música preferida pra tocar. Quer dizer, não só por ser a música que as pessoas definitivamente conhecem se eles não conhecem todas as músicas. É o tipo de música que eu sempre quis cantar no Paramore. Eu cresci escutando muito R&B, pop e soul. Foi meio que legal porque nós fomos capazes de escrever uma música que administra um pouco dessa energia do que nós fazemos como uma banda.
O que podemos esperar na turnê, e como vai ser a setlist?
Hayley: Nós escrevemos a setlist há uns dias atrás enquanto estávamos fazendo um show em Bahamas e eu estou muito animada com ela. Nós e o Fall Out Boy vamos tocar a mesma quantidade de tempo. É meio louco quando você chega em um lugar onde você terá que encaixar várias músicas em uma certa quantidade de tempo e você fica pensando, “Antes de tudo, como vamos tocar todos os singles? Como vamos tocar todas as músicas que agradam os nossos fãs mais antigos?” Mas estou muito animada com o que saiu. Sinto que será realmente explosivo. Eu acho que vai ser muito animador pra qualquer fã de Paramore que possa estar no show. Sinto esperançosamente que nós vamos deixar todos eles felizes. Estou muito animada, é uma coisa difícil de fazer. Eu agonizo em todas turnês por causa das setlists.
Qual foi o processo que vocês passaram para descobrir o que viria depois musicalmente?
Hayley: Foi definitivamente um processo longo para nós. Uma vez que estávamos sem dois membros, nós tivemos que passar por um processo emocional, que incluiu sentir um pouco de dor, raiva, e desnorteamento; todas essas emoções loucas que tivemos que conviver por um tempo. Nós estávamos, ao mesmo tempo, percebendo que ainda queríamos fazer música. Isso não mudou os nossos sentimentos pelo Paramore. Estávamos sozinhos e antes mesmo que pudéssemos escrever músicas, isso tomou um tempo nosso. Tivemos um esforço realmente corajoso para nos conhecermos novamente como pessoas. Então Jeremy, Taylor e eu íamos nos encontrar – geralmente na casa do Jeremy, porque ele vivia fora do país. Nós íamos apenas para assistir toneladas de filmes, cozinhar algo ou fazer qualquer outra coisa. Foi importante essas coisas acontecerem antes de irmos para o estúdio. Então, uma vez que fizemos isso tudo – vivemos a vida juntos como amigos, fizemos algumas turnês juntos – era a hora de fazer um álbum. Que também tomou um tempo muito grande. Demorou como passos de bebê. Eu me lembro de ir para a casa do Taylor, onde ele tem um pequeno estúdio. Algumas vezes apenas não havia eletricidade. Algumas vezes nós saíamos nos sentindo muito desencorajados. Apenas não estava lá. E aí, aconteceu.
Uma vez que a primeira música saiu, foi a faísca que precisávamos. Elas continuaram saindo. Foi tão importante para nós continuarmos nos encorajando pra sentirmos aquele calor que sentíamos dez anos atrás quando começamos a fazer música… O processo completo de criar música, criar um álbum e depois gravá-lo, foi realmente um processo de redescoberta. Nós não estabelecemos um estilo específico de álbum. Nós não tínhamos um conceito em mente. Foi só “vamos apenas ser o que quer que somos”. Seja qual música surgir. Se você ama ela, quem disse que ela não pode ir para o álbum e quem disse que ela não se encaixa? Fizemos as regras dessa vez e foi uma coisa ótima e libertadora para nós sentirmos. Eu diria que foi definitivamente o maior tempo que gastamos para fazer qualquer coisa como uma banda. Nós realmente tivemos que nos tornar o Paramore, tudo de novo. Nesse ponto agora, olhando para trás, eu não acho que poderia ter acontecido de alguma outra forma.
Você sente que vocês redefiniram o que a banda é, musicalmente? Você sente que é uma banda diferente em algum aspecto?
Hayley: Sim, eu na verdade sinto que nós nos redefinimos em um sentido que não tem a estreita de um caminho. Nós ampliamos nossos horizontes um pouco; passamos por qualquer sentimento que estava lá antes. Nós descobrimos que nós não precisamos conhecer a expectativa de ninguém. Nós sempre temos que ser bons e nós sempre precisamos ser melhores do que fomos da última vez. Mas o Paramore é o Jeremy, o Taylor e a Hayley. Seja lá o que somos naquele dado momento. Ano que vem pode ser que lancemos um álbum só com músicas pop, ou só músicas pesadas, ou “funk”, como “Ain’t It Fun”; eu acho que não há mais regras. Antes desse álbum, nós sempre nos colocávamos em uma caixa. Nós sempre tínhamos que viver de acordo com as expectativas que sentíamos que importavam. Tem sido muito libertador. Eu nunca poderia fazer um álbum dentro das mesmas restrições que nós podemos ter colocado em nós mesmos antes de fazermos o “Paramore”.
Parece que você está se preparando para carregar a tocha para os ícones femininos do pop-rock como Cyndi Lauper, Joan Jett. Você sente alguma conexão com esses ícones femininos? Quem é uma inspiração para você? O que essas pessoas significam para você?
Hayley: Sim. Primeiramente, eu me sinto super honrada por você dizer isso e até me colocar na mesma frase que essas mulheres, porque elas são maravilhosas. Quando eu era mais jovem e nós estávamos nos preparando para lançar o “Riot!”, eu pintei meu cabelo de vermelho e amarelo e pensei: “Eu nunca vi alguém fazer isso antes. Aqui estou eu.” O que é estranho é que eu sabia claramente quem era Cyndi Lauper, mas naquela época, anos depois, eu estou olhando para fotos e alguém posta uma foto minha do clipe de “Misery Business” do lado de uma foto dela onde ela estava literalmente com o mesmo cabelo. Eu sinto uma grande conexão com Cyndi Lauper e eu nunca ao menos conheci ela. Eu ouvi falar que ela me convidou para um show em que ela fazer e meu coração parou.
Joan Jett também. Eu tive a chance de conhecer Joan Jett – nos conhecemos na Warped Tour em 2006 – e eu a beijei na bochecha. Eu amo tanto ela… Acho que ela é tão forte, e realmente criou o caminho para alguém como eu conseguir ir para a Warped Tour ser feroz e orgulhosa disso. Eu apenas amo o fato que alguém possa possivelmente pensar que estou crescendo e me tornando uma artista como elas. Eu acho elas maravilhosas, e há uma razão para as pessoas ainda dizerem o nome delas hoje. Espero que eu possa ser tão colorida quando Cyndi na minha vida.
Você tenta transmitir alguma coisa para as mulheres jovens? Especialmente quando você está escrevendo músicas, ou só com sua presença de palco. Você pensa sobre essas coisas?
Hayley: Eu realmente nunca pensei em mim mesma como qualquer gênero específico quando eu estou no palco. Há definitivamente dias que eu me sinto 100% confortável sendo uma mulher e eu amo isso. Mas aí quando eu estou no palco nem sempre sinto que sou boa para uma garota, ou uma das únicas garotas. Você entende o que quero dizer? Eu não penso em gênero de maneira nenhuma. Eu não sinto que as pessoas deveriam; especialmente garotas mais jovens que querem estar em uma banda. Não é sobre ser uma boa líder de banda. Eu acho que você deveria tentar ser uma boa banda. Há um poder em ser mulher. Acho que nós temos uma introspecção incrível e um ponto de vista incrível para se falar, mas eu acho que os melhores elogios que eu ganho são sobre mim sendo uma ótima cantora ou uma grande artista, à parte de eu ser ou não uma garota.
Para a vida em turnê, quais são os 3 itens que você leva consigo que simplesmente não consegue viver sem?
Hayley: Vejamos. Turnês de verão, como a que estamos nos preparando para começar, eu tenho que pegar muito protetor solar porque eu sou a pessoa mais pálida na face do planeta. Essa é uma coisa, mas é tipo uma coisa diária. Enfim, eu levo isso na minha mochila. Eu levo velas. Normalmente, se eu posso levar algum tipo de vela de casa, o cheiro dela no nosso camarim meio que me lembra daquele sentimento e me ajuda a relaxar. Eu também não gosto de luzes brilhantes, então qualquer hora eu posso apenas apagar as luzes e acender uma vela, é legal. Além disso, minhas vitaminas. Eu sempre levo um liquidificador para podermos fazer smoothies, sucos verdes e essas coisas.
Continuando no tema da última pergunta, quais coisas que você faz na estrada para continuar sã e energética?
Hayley: A melhor coisa é apenas ter amigos por perto. O fato da banda e eu termos crescido juntos e que nos damos bem é uma grande ajuda. Nós definitivamente temos sido uma banda que, no passado, não interagíamos com todos. E isso é estranho, éramos uma banda maior. Éramos uma banda de 5 membros e era muito mais solitário. Então, o fato de que agora as coisas estão muito mais pacíficas, somos capazes de apenas ser amigos um do outro. As folgas são cruciais. Muitas vezes, em folgas, eu gosto de ir ao cinema. Ou nós saímos em um jantar de família com a banda e equipe. É tudo sobre se juntar e ter certeza de que estou conectada com as pessoas ao meu redor.
Como que é se preparar para uma oportunidade tão grande, especialmente com uma banda como o Fall Out Boy?
Hayley: A turnê inteira é muito, para mim, algo esperado por muito tempo, porque nossas bandas realmente cresceram no mesmo cenário. Compartilhamos muitos dos mesmos fãs e nós ainda existimos separadamente com duas fã bases individuais. Mas cá entre nós, vai ser perfeito. Nós seremos capazes de celebrar de onde viemos, onde vamos, e é incrível. A Honda Civic Tour foi um grande marco para a nossa banda. Atingimos muitas cidades e foi muito animador. Somos uma banda que não gosta de voltar os passos. Gostamos de fazer turnês em teatros. Gostamos de fazer coisas minimizadas desse tipo só para nos reconectarmos com as pessoas, mas quando fizemos a Self-Titled Tour no último outono, ficamos tipo: “Sim!” Foi a primeira tour que realmente tivemos desde a Honda Civic Tour. Agora, ser capaz de ultrapassar esses sentimentos é incrível. Eu mal posso esperar para ver quanta celebração haverá entre os fãs do Paramore e os fãs do Fall Out Boy, de ter assistido nossas bandas surgirem do nada. Isso, para mim, é a coisa mais animadora.
Desde que ambos passaram pela indústria juntos, e tiveram meio que se movendo ao lado do outro, você acha que isso vai ser uma competição? O tempo de set de vocês vai ser idêntico, então você acha que vai acontecer algo como tentativa de roubo do show do outro?
Hayley: Para mim, qualquer competição é uma competição amigável. Eu só me sinto muito animada por isso. Eu realmente não penso nisso. Para nós, nós só temos que colocar o melhor show de todos do Paramore. Pensamos nisso em todas as turnês. Sendo uma turnê de parceria entre as bandas principais, sendo a banda principal ou tocando em um festival, tudo tem a ver com a última melhor coisa que fizemos.
Há alguma conversa sobre outro álbum? Se não, o que vem depois?
Hayley: Bem, estamos escrevendo coisas. Eu digo isso. Com o Paramore, para nós, nunca se sabe. Poderíamos conseguir cinco músicas e dizer: “Sabe de uma coisa? Essas músicas não são boas o suficiente” e voltar e fazer elas melhores, ou escrever um set inteiro com novas músicas. Mas eu direi isso: esse álbum que estamos trabalhando agora, uma vez que começarmos a finalizar e criar demos que amamos, apenas começou a aparecer, surgir. Nós não atingimos um lugar incrível ainda, onde nos sentimos muito confortáveis. Eu sei que Taylor está escrevendo todos os dias. Isso é meio que o hobbie dele em casa de qualquer maneira. Ele realmente nunca para de fazer música. Estamos apenas nos divertindo com isso. É maluco estar em um ponto onde nós temos dois singles que se saíram bem e um álbum que parece ter deixado todos animados. Isso faz nos sentirmos incríveis.
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