Prestes a lançar uma nova linha de produtos da GoodDYEYoung, Hayley Williams e Brian O’Connor conversaram com a revista americana InStyle. O resultado da conversa é uma longa entrevista sobre beleza, cabelo, inspirações e lembranças sobre o antigo visual que se tornou marca registrada da cantora e como ela está vivenciando esse novo momento da banda.

Confira abaixo a tradução da matéria na íntegra!

Quando Paramore explodiu na cena musical com seu segundo álbum, Riot!, em 2007, a banda de rock alternativo ficou conhecida tanto por suas letras cativantes e incisivas, quanto pelos cachos laranja-flamejantes da vocalista Hayley Williams. O grupo rapidamente se tornou importante na cena pop punk e não demorou muito para que os fãs ao redor do mundo começassem a imitar a marca registrada de Williams: tingir os cabelos com cores fortes enquanto cantam ‘Misery Business’.

Após uma década, Paramore continua forte. A banda acabou de lançar seu quinto e bem recebido álbum de estúdio, ‘After Laughter’, em maio – além de um som novo e mais maduro, Williams estreou um novíssimo visual platinado. Porém, mesmo agora que seus cachos flamejantes estão mais atenuados, Williams continua aberta para colocar um pouco de cor nos cabelos de vez em quando. E graças ao seu último projeto, ela pode fazer isso facilmente.

Em 2016, Hayley e seu mestre de beleza, Brian O’Connor, lançaram a GoodDYEyoung, uma linha vegana e livre de crueldade de tintas semipermanentes para cabelos. Agora, com a revelação de seu mais recente produto, a Poser Paste, a dupla está levando a linha de coloração para outro nível. As pastas modeladoras com pigmentos laváveis serão lançadas no dia 16 de outubro através do site poserpaste.com (atualmente elas estão disponíveis para pré-venda por US$ 17.99 o pote). Será fácil mudar o visual do seu cabelo constantemente com as quatro cores ousadas disponíveis: Steal My Sunshine (amarelo brilhante), Blue Ruin (azul cobalto), Riot (laranja neon) e Ex-Girl (rosa-choque). Sinceramente, esse é o tipo de coisa com a qual a ex (ou atual) juventude emo sempre sonhou.

“Eu sinto que o cabelo é algo muito emocional”, Williams contou à InStyle quando conversamos com ela e O’Connor no início desta semana. “Mudar o seu cabelo é como um bom recomeço – seja uma nova cor, corte ou estilo”. Hayley recentemente apertou seu próprio botão de reset com seu novo visual. “Quando eu cheguei para o Brian e o pedi para clarear meu cabelo, eu não acreditava que estava pedindo isso, mas era o que eu precisava”, ela disse. “Emocionalmente, eu precisava olhar no espelho e ver não apenas o que as pessoas esperavam ou o que eu mesma esperava de mim. É como expressar suas emoções abertamente, só que em seu cabelo”.

Quando eles estavam criando o conceito da Poser Paste, Williams e O’Connor tinham claros objetivos em mente. “Era importante dar às pessoas a opção de simplesmente experimentar, se divertir e mudar o visual com mais frequência”, disse Williams. “No passado, Brian e eu tingimos meu cabelo com bilhões de cores diferentes em um curto período de tempo. Isso é tão bom porque eu posso ir para casa, tirar a tinta do cabelo e estar pronta para uma cor totalmente diferente no dia seguinte”.

A melhor parte da natureza temporária da Poser Paste? “Não há compromisso”, disse O’Connor. “Então, as pessoas que trabalham das 9 às 5 em escritórios podem se divertir com o produto no fim de semana e voltar ao trabalho sem ter que clarear ou tingir seus cabelos para o tom original”.

Com qual frequência vocês mudam o visual do cabelo?

Brian: Na última turnê nós mudamos quase nove vezes, o que é bastante. Por isso eu realmente estou torcendo para que ela consiga ficar com a mesma cor de cabelo durante o ciclo inteiro do álbum. Acho que isso é bem apropriado, já que ela está mais velha e madura. Quando olho fotos antigas, sinto falta disso porque, obviamente, faz parte do que transformou o Paramore em uma marca – o que é estranho dizer, porque é apenas cabelo. Mas, além de serem músicos excepcionais, essa [o cabelo] é uma daquelas coisas que as pessoas reconhecem. Então, eu acho que é bom que isso não esteja presente agora, porque, para mim, este é o melhor álbum que eles já fizeram… O mais legal é que o cabelo dela é uma tela em branco agora, então nós podemos brincar bastante e se divertir experimentado a Poser Paste.

Hayley: Eu acho que é um compromisso ter que estar onde você está e mostrar para si mesmo a pessoa que você realmente quer ser e acreditar em quem você é. Então, isso é o presente. É louco porque quando começamos a falar de cor de cabelo dessa maneira, nós realmente revelamos todo o lado emocional que isso envolve, o que é muito importante.

Brian, qual cor você nunca usaria para tingir o cabelo da Hayley?

Brian: Qualquer coisa escura. Eu simplesmente não faria. Eu brigaria com você por isso.

Hayley: Não, eu não faria. Quando eu era adolescente, eu tingi meu cabelo de preto junto com todos os integrantes da banda. Nós fizemos uma festa da tinta preta. E foi um pesadelo. No primeiro photoshoot que a gente fez, meu cabelo estava meio marrom porque eu tinha tentado tingir de vermelho por cima do preto e ficou ruim.

Você sente falta do seu antigo visual emo/pop-punk ou você já superou?

Hayley: Não é que eu superei. É que eu acho que o jeito que eu vivenciei isso não é igual às pessoas vendo fotos e vivenciando isso dessa maneira. Quando eu vejo isso, eu penso “ah, eu lembro desse ano, foi ótimo”. Mas eu não sou nostálgica no sentido de pensar em voltar a ser aquela pessoa, o que eu acho que é algo positivo. Eu definitivamente amei essa fase. Eu olho para as primeiras fotos de ‘Misery Business‘ e da era Riot!, que foi quando nós realmente fomos criativos pela primeira vez, e foi uma época ótima. Mas nós teremos mais momentos desses. Eu acho que ‘Still Into You’ foi um desses momentos, tão arriscado quanto [o Riot!] naquele ponto da carreira para nós. E às vezes não é só a cor. Nós raspamos a parte de baixo do meu cabelo. Eu cortei curto. São formas de expressão. Eu fico grata que nós não ficamos olhando para trás o tempo todo – nós simplesmente ficamos tentando descobrir qual será o próximo passo para nós.

Qual cor de cabelo fez você se sentir mais confiante?

Hayley: Bom, na verdade, descolorir meu cabelo foi uma injeção de confiança em um momento que eu estava muito vulnerável e não me sentia como eu mesma. Eu precisava fazer alguma coisa totalmente fora de quem eu era para que eu pudesse enxergar que eu ainda conseguia ser eu mesma, mesmo se eu não parecesse mais com a menina das fotos. Então, isso foi uma ajuda enorme, mas o laranja vai ser sempre minha zona de conforto. É como um enorme cobertor aconchegante, então ele vai voltar algum dia.

Brian, quem inspira os looks que você cria para a Hayley?

Brian: Nós dois juntos. Eu acho que uma das coisas mais engraçadas que eu e ela ainda falamos sobre é, se você voltar e olhar o cabelo dela no ‘Riot!’, teve um momento em que nós estávamos pesquisando fotos da Cyndi Lauper e nós encontramos uma foto dela com cabelo laranja e vermelho e a franja amarela. E nós falamos, “meu deus, nós super roubamos o estilo dela”.

Hayley: Sim. Nós simplesmente copiamos.

Brian: E não era nossa intenção. Não foi de propósito. Não foi tipo “como nós podemos fazer você se parecer com ela?”. Simplesmente aconteceu. Atualmente, a Debbie Harry tem sido uma grande inspiração.

Hayley: Sim, especialmente com todo o loiro. Nós falamos, ok, quem são as mulheres icônicas do rock que nós podemos olhar e ver o que elas vestiam, como elas faziam a maquiagem e como era o cabelo delas? Debbie Harry é sempre tão natural. Muitas mulheres hoje em dia fazem contornos fortíssimos – tudo tem uma linha e é bem definido. Mas a Debbie Harry subia no palco, suava e ainda saía com um visual legal. E eu também amo ela porque ela não tem medo de usar camiseta. Eu amo jeans e camiseta. Minha coisa preferida é me sentir um pouco como um dos meninos, mas ainda assim usando um olho gatinho esfumado. Continua sendo glamuroso e sexy, muito feminino.

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Quem é o seu maior ícone de estilo de todos os tempos?

Hayley: Talvez seja a Debbie Harry, mas em algumas eras específicas. Quando eu procuro fotos dela, minhas preferidas são dos seus looks 100% jeans do final da década de 70, bebendo uma cerveja no palco. Um visual forte, mas ao mesmo tempo muito feminino. Ela dominava toda aquela masculinidade e também a feminilidade no palco do CBGB. Eu olho para ela e penso: “eu entendo isso”. Quando eu estava ficando mais velha, eu também me inspirei muito na Karen O, do Yeah Yeah Yeahs. Se você olhar o final do catálogo do Paramore, você vai me ver usando leggings de cores malucas – isso era muito Karen O para mim.

Como é sua rotina de beleza quando você está em turnê?

Hayley: Eu sou muito básica. Eu passo corretivo onde eu preciso e um pouco de pó. Eu não gosto muito de usar rímel nos dias de folga, então eu uso um lápis azul da Wet ‘n’ Wild para desenhar formas geométricas ao redor do meu olho – talvez um olho gatinho um dia e alguns pontinhos. Se eu estou com o Brian, ele consegue deixar esse rostinho incrível em apenas 30 minutos se ele precisar.

Brian, existe algum produto de cuidados com a pele que você encoraja a Hayley a usar diariamente?

Brian: A Hayley cuida muito, muito bem de si mesma e a sua pele é uma enorme prioridade. Ela frequenta uma ótima esteticista em Nashville que fabrica os produtos especificamente para a pele dela.

Hayley: Nós também temos usado as maquiagens da Milk ultimamente. São incríveis.

Brian: Eu amo o iluminador holográfico e a nova base Blur de alta cobertura deles.

Hayley: São ótimas para o palco. Eu costumo ter espinhas, então eu não gosto de usar maquiagem pesada mesmo se eu sei que nós vamos estar na frente das câmeras. Eu tenho a sensação que meus poros estão entupindo.

Quais são suas lembranças favoritas das turnês com o Paramore?

Hayley: Nós temos muitas.

Brian: Os melhores momentos são quando nós tiramos um dia aleatório de folga na cidade ou ficamos zoando no camarim. Nós amamos colocar música no camarim dela pouco antes de ficar tudo pronto e nós literalmente fazemos uma competição de dança. Nós conseguimos destruir uma música em um segundo.

Hayley: Sim, nós chamamos de “destruindo uma música” porque nós dançamos simplesmente ridiculamente.

Brian: Pode ser a música mais romântica do mundo e de repente nós estamos fazendo twerking e eu vou estar com uma perna em cima do sofá. Quando você está na estrada trabalhando e você está longe de casa, é bom poder ter aquele momento de normalidade que você pode ser idiota sem se preocupar.

Falando de outras músicas, Hayley, sua biografia do Twitter diz “ex-integrante do fã clube oficial do NSYNC”. Qual dos integrantes do NYSC era seu crush naquela época?

Hayley: É muito engraçado quando eu penso nisso, porque o período de tempo que eu gostei deles foi na verdade muito curto. Foi dos meus nove anos até, mais ou menos, meu aniversário de 11 anos. É um curtíssimo período de tempo, mas eu sinto que durou minha vida inteira porque aqueles foram grandes anos. Eu era muito fã do álbum autointitulado deles. Eu fui no show deles dessa turnê e depois eu fui na turnê do ‘No Strings Attached‘. Eu nunca mais vi nada deles depois disso, o que é interessante, porque eles só cresceram. Justin [Timberlake] sempre foi o meu preferido. Eu amava dançar e eu era uma criança muito esquisita. Meu pai e meu avô eram músicos, então eu amava harmonias. Eu amava poder ouvir N*SYNC com meu pai e conseguir cantar harmonias diferentes junto com ele. Eu aprendi harmonia com N*SYNC! É simplesmente estranho – nenhuma outra criança de nove anos dizia “Ah, eu amo N*SYNC. Harmonias de cinco partes, né? ” Mas esse foi o meu jeito de descobrir algo musical.

O que fazia as harmonias do N*SYNC melhores do que as do Backstreet Boys?

Hayley: Tudo. Quando eu ouço Backstreet Boys, eu escuto muitas vozes cantando no mesmo tom. Eu só vou dizer isso. Eu sinto que mais tarde na minha vida, depois que eu me tornei musicista e nem ouvia mais esse tipo de música, eu acabei aprendendo muito mais sobre o N*SYNC e o Justin Timberlake. Recentemente, eu descobri que ele fazia os arranjos vocais na maior parte dos álbuns deles quando ele tinha só 16 anos. Se você é um fã de N*SYNC, você sabe que o Chris era o mais velho – ele era 10 anos mais velho que o Justin. Então, imagina ter 16 anos e fazer arranjos vocais para alguém de 26. Ele é um gênio. Ele nem precisa ser bonito, ele é simplesmente um gênio. É uma loucura.

Quais são suas inspirações musicais atualmente?

Hayley: Ah meu deus. SZA é brilhante.

Brian: E linda! A coisa natural – tipo a calça cargo e o sutiã e aquele cabelão.

Hayley: Nós estamos amando ela. Quando nós começamos a compor o ‘After Laughter’, eu e os meninos nos aprofundamos muito descobrindo músicas dos anos 70 e 80 – não necessariamente new-wave, mas coisas como Talking Heads e como eles misturavam o funk e o afro beat com punk rock. Eu definitivamente continuo escutando muitos álbuns antigos, mas existem vários álbuns novos ótimos, também. O novo álbum do War on Drugs, o novo álbum da Phoebe Bridgers, muitas músicas tristes. Mas tudo bem. Tem hora para ficar triste. Temos que colocar para fora. É um mundo muito pesado.

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