Em entrevista recente para o Nashville Scene, Hayley Williams reflete sobre o retorno do Paramore a sua cidade natal para o festival Paramore Art + Friends, que encerra o ciclo de divulgação do álbum After Laughter nesta sexta (7). Hayley menciona as principais atrações da noite e celebra um momento mais pacífico na carreira da banda. Confira:

Hayley Williams do Paramore sobre comunidade e mais

Uma discussão sobre inclusão, autocuidado e outros tópicos importantes sobre o festival Art + Friends no Auditório Municipal na sexta-feira

Pode ser difícil lembrar que o Paramore é uma banda local. Hayley Williams, Taylor York e Zac Farro estão na estrada desde maio de 2017 divulgando o álbum After Laughter. Eles se apresentaram em programas matinais e noturnos, fizeram turnê pela América do Norte duas vezes, se apresentaram no Parahoy Cruise e tocaram na Europa, Ásia, Austrália e América do Sul. Mas os três companheiros de banda ainda consideram Nashville sua casa. Eles fizeram um show não tão secreto no Exit/In, e às vezes você pode vê-los em outros pontos de East Nashville.

Então, para marcar a tão esperada volta ao lar, a banda está dando uma festa para celebrar a cidade para a qual estão ansiosos para voltar. O festival Paramore Art + Friends, que acontece na sexta-feira, 7 de setembro, no Auditório Municipal, apresentará um seleto grupo de pessoas da comunidade criativa local. Além do set principal do Paramore, haverá performances de COIN, Bully, Canon Blue, Liza Anne e Nightingail. Além do espaço do estande para lojas de varejo locais e artesãos, o local será decorado em instalações artísticas, cortesia da Elephant Gallery de Alex Lockwood.

Antes de embarcar em um avião para a Ásia, Williams conversou com o Nashville Scene por telefone sobre o festival, além de algumas das coisas importantes sobre as quais aprendeu no ano passado.

Esta é uma ideia muito legal para um regresso a casa. Quando surgiu a ideia de Art + Friends?

Vamos ser honestos – nós nunca terminamos um ciclo de álbuns sem algum tipo de drama de banda ou drama da vida entre um de nós. [O ciclo do álbum After Laughter] tem sido um tempo muito bem protegido para cada um de nós, onde podemos realmente apreciar a pureza de estar em uma banda, e acho que isso fez a ideia de voltar para casa ainda mais emocionante. Vamos descansar, mas cuidamos uns dos outros e de nós mesmos, então não é sobre o fim, é sobre celebrar.

Eu amo o que você acabou de dizer sobre cuidar um do outro na estrada. Eu acho que isso é raro para bandas.

Tem sido difícil para nós. Nós crescemos nesta banda, e estamos constantemente no processo de aprender a equilibrar amizade em uma banda com negócios. Eu lembro de ter falado com Taylor [York] uma noite entre o álbum auto-intitulado e a gravação do After Laughter – estávamos falando sobre o que a palavra “suficiente” significa. Porque toda vez que chegamos a um determinado ponto, refletimos: “O que vem a seguir?” E, na maioria das vezes, você está tentando evoluir e seguir em frente. As vezes isso não é um sentimento bom. Mas é onde toda a força está. Nós nos divertimos muito neste álbum, tornando as coisas mais simples, curtindo estar em uma banda e sermos amigos. Foi muito legal, gratificante e simplesmente pacífico. Graças a Deus.

Como vocês tiveram a ideia de quem ia tocar no festival? Vão ter outros convidados musicais?

Podem ter alguns amigos que virão e se juntarão não só com a gente, mas com outras bandas que estão na lista também. Eu acredito que vai ser como uma noite divertida e colaborativa. Eu amo que todo mundo traz algo diferente para a mesa. COIN é como uma grande festa de dança, e eles tocam músicas que incrivelmente grudam na cabeça. Bully é terrível da melhor forma ao vivo — [a vocalista Alicia Bognanno] é muito talentosa e também representa as mulheres no estúdio. Ela é uma engenheira, e ela é tipo, fodona. E a lista continua também. Todo mundo que está envolvido no show é tão incrível. Tem uma boa diversidade, especialmente em diversidade de gênero na lista. Isso é algo que tem faltado nos festivais de música.

Isso estava na sua mente quando vocês estavam planejando?

Sim, 100%. Isso meio que tem sido parte do DNA do After Laughter desde o momento que começamos a planejar as turnês em 2017. Nós queríamos ter certeza que elevamos as vozes femininas. Nós temos levado muitos amigos legais nossos para a estrada, como Bleached e Best Coast. Na turnê que acabamos de fazer, Soccer Jimmy veio. Tem sido importante pra nós. Como uma mulher que lidera uma banda, eu acredito que a melhor coisa que podemos fazer como mulheres nesse mundo da música, que é meio que rock, meio que não, é manter o foco e trabalhar mais do que qualquer outra pessoa, apenas para ser o melhor que podemos ser. Mas outra parte do nosso trabalho é continuar a elevar ou trazer pessoas que precisam de ajuda, ou precisam de conexão. Eu sou realmente muito sortuda em ter a carreira que eu tenho tido com Paramore, e têm outras mulheres fazendo o que nós fazemos, o que eu faço e respeito muito. Estar apta a finalmente dividir o palco com Alicia do Bully é muito maneiro, porque eu tenho tentando me conectar com ela por anos. Nós finalmente nos encontramos. É divertido para mim como fã de música também. Quero dizer, meu Deus, eu espero que se nós por acaso fizermos outro evento como esse, seja ainda mais diverso e ainda mais como um grande abraço de urso para outras partes da comunidade também.

Eu percebi que no último ano você tem sido mais sincera sobre suas experiências com saúde mental e ser uma mulher na indústria da música.

Para mim, o jeito que eu pude sair da depressão foi ser apta a dizer que eu tinha o direito de falar sobre isso, que eu tinha uma razão pra falar sobre isso. Por um tempo, foi um buraco tão escuro que eu não tenho certeza se eu sabia que estava sofrendo. Alguns chamam isso de depressão, eu geralmente chamo de escuridão. Eu estava sofrendo com isso, mas era só uma coisa de dia após dia naquele momento. Não era tipo, “Oh, estou passando por uma desordem de saúde mental”, sabe? Minha conexão com as pessoas estava apenas diminuindo — parte da minha alma estava morrendo por causa disso. Então se tornou vital falar, continuar engajada no mundo, e eu sou realmente grata que as pessoas tem sido encorajadas disso, não apenas por minha causa, mas por outras pessoas.

Desde que o After Laughter saiu, eu posso fazer compras na Target — e dois ou três anos atrás, alguém viria até mim e perguntaria sobre meu cabelo. Agora se eu sou parada enquanto estou comprando roupas íntimas ou algo assim, o que já é uma coisa meio esquisita, alguém aparece e diz algo tipo, “Oi, eu só queria te dizer que o After Laughter é realmente um álbum muito maneiro”, e aí eles começam a compartilhar alguma coisa. E isso não tem que ser suas coisas mais profundas, seus segredos mais obscuros, mas eles sentem permissão para serem honestos, porque em algum ponto eu fui dada a permissão para ser honesta. Eu sou realmente muito grata por isso.

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