* Imagem em destaque: fotógrafo Christian Sarkine.
A Billboard, mais importante revista do mundo da música, entrevistou Hayley Williams antes do Paramore Art + Friends – que encerrou a era After Laughter, no Auditório Municipal de Nashville – e publicou uma review do festival.
Na entrevista, Hayley falou sobre o propósito do Art + Friends e sobre sua cidade natal, Nashville. Confira abaixo:
O Art + Friends, um evento de Nashville criado pela banda emo pop Paramore, foi criado para servir como um encerramento para a turnê que eles começaram em maio, para o álbum After Laughter. Depois de mais de um ano de viagens pelo mundo com um álbum que viu a banda fugir de seus pesados sons de guitarra em favor de nuances eletrônicas que passam pela gama de uma introspectiva influência divertida do Radiohead, a fundadora e vocalista do Paramore Hayley Williams decidiu que não havia forma melhor de encerrar esse capítulo do que voltando para a cidade da música e celebrá-la com uma comunidade de artes pouco conhecida por quem vem de fora, turistas que passam pela cidade apenas para visitar os famosos bares.
“Para nós, tudo isso é sobre voltar para casa,” Williams contou à Billboard apenas 24 horas antes do mini-festival começar (7 de setembro). “Não quero dizer que não somos ambiciosos, mas isso começou como uma desculpa para que nós pudessemos dar uma festa de encerramento do After Laughter e convidar a comunidade de arte para participar da celebração. Para muitas pessoas que nunca vieram à cidade, ou que estejam fazendo a rota turística de sempre, Nashville ainda é a cidade do country e dos honky-tonks… e agora também a cidade das despedidas de solteiro. O que queremos é oferecer uma prévia do que acontece mais adentro de Nashville. Aqui há uma cena meio estranha e artística em que as pessoas apoiam umas às outras e inspiram umas às outras de formas diferentes. Eu acredito que, enquanto a cidade cresce, esse tipo de artistas – musicais e etc – serão parte do que a mantém interessante, diversa e inspiradora. Art + Friends é um evento que tenta enfatizar a ideia de que somos mais criativos e atraentes quando trabalhamos em conjunto.”
Williams é especialmente grata pelos amigos que fez dentro dessa comunidade enquanto o show se aproximava. “Não havia muito tempo para planejar, mas agradecidamente… todo mundo se juntou, e tudo isso pareceu um grande evento DIY [“faça você mesmo”]. Esse fato sozinho já me dá borboletas no estômago!”
Enquanto a plateia começa a encher o Auditório Municipal de Nashville, ficou claro que todas as gerações de fãs do Paramore vieram apreciar seu retorno à cidade natal. Desde aqueles que pareciam ter saído da escola alguns minutos atrás até uma boa porção de pessoas velhas o suficiente para estarem carregando tanto uma criança quanto um livro para ler durante os sets, todos estavam arrasando com glitter colado na cara mesmo com o clima úmido do verão de Tennessee, para mostrar o amor pela banda mais uma vez.
Leia a review do festival, traduzida por Carol Queiroz, do Paramore Brasil:
18:27: Enquanto mais grupos começaram a se mexer na medida em que o set da Canon progredia, foi no final do show que a excitação da plateia atingiu seu auge, quando Taylor York do Paramore entrou no palco para uma assistência surpresa na guitarra. James o introduziu com “Doze anos atrás, eu toquei meu primeiro show, com esse rapaz à minha esquerda tocando guitarra. Ele vai tocar nossa última música com a gente hoje.” Juntos, eles se lançaram na música “Chicago”, do álbum de 2011, Rumspringa, da Canon Blue.
Acompanhando o James após o show, ele disse à Billboard, “Taylor e eu nos conhecemos há muito tempo, e ele tocou guitarra no primeiro show da Canon Blue, quando ele tinha 16 anos. Eu gravei muito do meu último disco no estúdio dele e ele tem sido um incrível suporte para a minha música desde o princípio. Tê-lo no palco foi um momento realmente significante, um círculo completo, que remonta o primeiro show de tantos anos atrás.”
Ele adicionou que aquele foi seu primeiro show em seis anos, e que o festival Arts + Friends o forneceu uma aclimação “familiar, ainda que estranha” ao palco. “O que eu amei que o Paramore programou para a noite de hoje é que é unicamente Nashville”, ele disse. “Foi sobre juntar a comunidade locais de artistas, organizações e amigos e ter uma experiência única. Isso criou uma atmosfera realmente íntima e pessoal que você normalmente não tem em festivais ou shows em arenas, o que eu amei.”
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21:15: Paramore já tocou quatro músicas do seu set, e eu não consigo não imaginar o por quê de Hayley Williams sempre parecer ser esquecida quando as pessoas fazem suas listas de ótimos performers da atualidade. Observando-a esta noite, ela está em uma quadra como Chrissie Hynde no melhor de seu jogo, ou na era Tragic Kingdom da Gwen Stefani. Ela também é a artista mais prolífica do Tennessee a usar um megafone desde que Jimmy “the Mouth of the South” Hart deixou o wrestling de Memphis.
21:45: Depois de um intervalo breve para mudança dos instrumentos, a banda retorna para tocar o set acústico, começando com um cover de Passionfruit, do Drake. Eles seguem com um anúncio, algumas músicas depois, de que aquela seria a última performance deles de Misery Business por um tempo, já que eles irão fazer uma pausa bem longa de tocá-la ao vivo novamente. Williams explicou que enquanto o single do segundo álbum deles, Riot!, ajudou a banda a se separar do público da Warped Tour uma década atrás, “nós escrevemos uma música que agora, como uma mulher de 29 anos, eu não acho que usaria a mesma linguagem. Chamar alguém de vadia não é muito legal.”
22:55: O show termina com o Paramore performando a última música do After Laughter, “Tell Me How”, fazendo desta a primeira noite em que a banda já a tocou ao vivo. A interpretação dessa música também significa que eles conseguiram tocar o álbum em sua integridade, se não sequencialmente. É apenas mais um momento em uma noite cheia deles que torna essa noite especial para Williams.
Williams nos explicou, “Nashville é nosso lar. Sempre foi… mas pelo tempo de vida desse álbum e nesse momento particular em nossas vidas nós fomos capazes de realmente nos aprofundar na nossa comunidade. É como se tivéssemos nos re-arraigado aqui, como pessoas adultas.”
O Paramore está agora em hiatus por tempo indeterminado.
Paramore Brasil | Informação em primeira mão