O Paramore transcendeu sua identidade como uma simples banda de rock. Ao longo de duas décadas, eles evoluíram constantemente, impactando profundamente a música e inspirando diversos fãs e artistas.

A revista Dork divulgou as músicas favoritas e testemunhos de artistas como Kat Moss (Scowl), Lauren Mayberry (CHVRCHES) e Bartees Strange, entre outros, que ilustram como a sonoridade única, a vulnerabilidade lírica e a energia explosiva do Paramore inspiraram uma nova geração de músicos a abraçar a autenticidade e a experimentação.

Leia a matéria da revista Dork traduzida na íntegra aqui.

Confira a tradução completa:

As músicas que todo fã de Paramore precisa escutar — escolhidas por quem conhece muito bem a banda

O Paramore tem crescido constantemente nos últimos anos. O lançamento do incrível álbum This Is Why provou que a banda ainda tinha algo vital para oferecer ao mundo mesmo após um hiato não-oficial, enquanto o seu rock & roll emocionante apresentou a banda à milhares de swifties durante sua participação na The Eras Tour de Taylor Swift. Parece que o que vem a seguir será ainda maior, mas essa é uma história para outro momento. Com um catálogo de 20 anos de músicas, pode ser intimidador para novos fãs saber exatamente por onde começar.
Por isso, pedimos a alguns dos maiores fãs da banda que escolhessem uma faixa essencial do Paramore – confira abaixo:

HAYLEY WILLIAMS

Apesar de ter dito no Wembley Stadium que sua música favorita do Paramore, pelo menos por enquanto, é “Forgiveness”, sua escolha para os novos fãs é “Thick Skull”, de This Is Why. “É difícil, mas, para mim, essa música abrange algumas influências diferentes. Ela tem partes pesadas, tem um pouco daquele lance de ‘All I Wanted’, mas sonoramente está em um mundo diferente, e eu sou muito orgulhosa dessa composição, então eu diria essa. E ela está carregada de emoções grandiosas e tristes, e eu sinto que as pessoas sempre gostam quando oferecemos isso. Eu amo essa música, e estou muito feliz por termos feito um vídeo para ela.”

ZAC FARRO

Não acho que exista algo como A música essencial do Paramore, mas eu diria que realmente curtimos muito tocar “Forgiveness” neste verão. Acho que ela mostra um lado diferente da banda que muitas pessoas podem não saber que existe.

THE LINDA LINDAS

“Running Out of Time” é uma música tão divertida porque é ótima para dançar, tem letras com as quais podemos nos identificar e, claro, os vocais incríveis da Sra. Williams. O Paramore foi um dos primeiros shows ao vivo que assistimos, então foi bastante surreal vê-los tocar essa música todas as noites quando estivemos em turnê com eles no verão passado. O videoclipe super divertido deles também é muito legal e inspirador.

REMI WOLF

Minha escolha de música do Paramore é “All I Wanted”. Eu escolho essa música porque existem muitas músicas do Paramore que são absolutamente incríveis, mas essa, ao vivo, foi uma experiência transformadora para mim. Ela realmente mostra o quão incrivelmente talentosa Hayley é como cantora, e é tão impressionante, cheia de emoção e profundidade. A maneira como eles executam essa música ao vivo atinge a alma de verdade. Também é um sentimento tão brutal; tudo o que eu queria era você, e então você foi lá e f*deu tudo.
Grande música.

LAUREN MAYBERRY, CHVRCHES

“’26’ sempre me faz chorar, então vou escolher essa.”

KAT MOSS, SCOWL

“Tenho duas músicas, não uma, desculpa. Brand New Eyes é meu álbum favorito porque, liricamente, eu ouço esse álbum e penso: ‘porque eles estão falando sobre a minha vida?’ É muito pessoal, então ‘Ignorance’ é minha primeira escolha, porque é uma faixa incrivelmente pesada e punk que significa muito para mim. Mas para as pessoas que não gostam tanto das coisas mais punk, eu diria que ‘Fake Happy’, de After Laughter, é uma audição obrigatória. ‘Fake Happy’ é a música perfeita. São lágrimas de felicidade, mas também lágrimas de tristeza enquanto você dança sozinho no seu quarto. Você coloca, canta cada palavra. Tive muitos momentos assim, ou cantando a plenos pulmões no carro depois do trabalho, quando só preciso desabafar.”

BARTEES STRANGE

De Riot, escolho “That’s What You Get”. Primeiro, eu era um garoto que achava que amava música complexa. Quando eu estava no ensino médio, eu dizia: “Gosto de polirritmia e de bandas de math-rock, não escuto apenas bandas de pop rock”. Eu ouvia Dance Gavin Dance e todo esse tipo de coisa, mas então ouvi “That’s What You Get” e me apaixonei instantaneamente. O jeito como a música começa é, com acordes caóticos e uma grande polirritmia no estilo Purdie Shuffle… Depois, os vocais começam, e é simplesmente incrível. Eles estavam ouvindo as mesmas coisas que eu, eram fãs das mesmas coisas que eu curtia. É uma música que sempre vou lembrar porque me fez sentir ouvido e visto, o que é um momento lindo pra se ter com uma banda que você acha incrível.

O Paramore é uma das maiores bandas a emergir daquela intensa cena de rock dos anos 2000, enquanto faixas como ‘Decode’ ajudaram a definir uma era e introduziram uma geração inteira à música alternativa. No entanto, enquanto muitos de seus contemporâneos ficaram presos à nostalgia, o Paramore se reinventou constantemente. Não tem sido sempre fácil ou proposital, mas eles têm feito as coisas do jeito deles. Esse crescimento artístico ajudou a banda a permanecer como um dos maiores grupos de guitarra em atividade, e uma turnê celebrada com Taylor Swift no Eras Tour também não prejudicou sua reputação. Dezessete anos após o primeiro grande momento da banda, o Paramore está mais relevante do que nunca. Perguntamos a alguns de seus fãs famosos por que isso acontece.

Kat Moss cresceu conhecendo os grandes sucessos do Paramore, mas realmente se apaixonou pela banda com After Laughter: “Simplesmente me atingiu no ponto certo. É apenas um disco pop perfeito, mas ainda assim há tantas influências diferentes”, diz a cantora do Scowl. “A partir daí, fui até o início e redescobri tudo de All We Know Is Falling, Riot!, Brand New Eyes e Self-titled. Senti que tive um momento com cada um desses álbuns, e tudo parecia muito pessoal. Algo sobre a minha vida?” Ela continua: “Sempre tive dificuldade em expressar como me sinto e o que estou passando enquanto crescia. Há Algo em Hayley que realmente ressoou comigo. Há algo muito poderoso em ser uma musicista que pode escrever músicas; milhares de pessoas estão se identificando em um nível tão intenso.”

Mas, à medida que Kat começou a se envolver mais com as cenas punk e hardcore, indo a shows de metal e formando sua banda Scowl, ela se viu se identificando ainda mais com a jornada do Paramore. “Realmente não havia muitas mulheres dominando esse espaço para que eu pudesse admirar. Definitivamente senti que encontrar o Paramore abriu as portas para isso. Sou eternamente grata por isso. O Paramore impactou a vida de tantas pessoas. Não apenas meninas, mas qualquer pessoa que já se sentiu sub-representada nessa cena se sentiu ouvida por causa deles. O objetivo de qualquer banda é sempre criar um espaço que seja seguro e inspirador de alguma forma. E o Paramore sempre fez isso.”

Apesar de o Paramore vir do mundo simples do punk rock, eles nunca foram definidos por essa cena. “Há muitas bandas daquela cena do Warped Tour que pensamos que são de lá, mas não permaneceram tão relevantes porque sempre se mantiveram no que aquela cena dizia”, explica Kat. “Talvez elas tivessem muito medo, ou talvez pensassem que apenas se manter nessa fórmula as impediria de serem questionadas em sua existência, porque elas nunca tiveram medo de se arriscar e continuar reinventando seu som.”

Esse senso de liberdade não é apenas para o Paramore, mas eles sempre encontraram uma forma de encorajar seus fãs a fazer o mesmo. “Acho que quando lançaram After Laughter, muitas pessoas não entenderam,” Kat admite, “Mas, para mim, isso é algo muito Paramore de se fazer. Esse disco é muito pesado com tudo o que eles enfrentaram como banda. Eu aprecio como eles permanecem fiéis a si nesse sentido, o que continua a me inspirar. Quero dizer, estou em uma banda de hardcore, e mal posso esperar para ouvir qual loucura eles vão inventar depois. Eu simplesmente amo essa banda pra caralho!

Lauren Mayberry foi apresentada ao Paramore pela constante rotação de ‘Misery Business’ nos canais de música, mas foram as letras de ‘Playing God’ que realmente a conquistaram, fazendo com que ‘Brand New Eyes’ fosse uma compra imediata.

“É inspirador para mim ver como a voz de Hayley se desenvolveu ao longo dos anos – como escritora e como cantora. Depois de ‘Riot!’, parece que cada disco que eles fizeram foi distinto do anterior e evoluiu a história musical e emocional de uma forma que acho que muitas bandas não conseguem fazer”, ela disse à Dork.

O Paramore sempre equilibrou os mundos do pop e do rock, enquanto também explorava novos territórios. “Acho que é isso que coloca o Paramore em uma classe diferente de seus colegas daquela época”, continua Lauren. “A maneira como eles criam agora me parece muito destemida. Se isso é sentido dentro da banda, eu não sei. Mas, de uma perspectiva externa, estou realmente impressionada (e, francamente, um pouco invejosa) com bandas que conseguem criar de forma tão honesta e ambiciosa criativamente, especialmente após terem estado juntas por tanto tempo. Há muitas realidades alternativas em que relacionamentos de longo prazo se tornam confortáveis, ou muito controladores, muito possessivos, a ponto de não permitir espaço para uma banda evoluir e criar algo novo – ou simplesmente se perde a química e as ideias acabam. É muito mais fácil recuar para o que funcionou uma vez do que realmente avançar e fazer coisas que uma versão anterior de você não faria.”

Neste momento, o Paramore tem uma história tão rica e turbulenta, mas, ao entrarmos nos últimos meses de 2024, a banda nunca foi tão grande, e o futuro deles nunca pareceu tão promissor. “Neste ponto da vida, quem não tem alguma bagagem?” ri Lauren. “Acho que o Paramore passou por tantas coisas que os moldaram ao longo dos anos – criativamente e de outras formas – e parece que eles têm o nível exato de experiência e de saber o que realmente importa. Acho que a autenticidade deles (e o quão incríveis eles são como compositores e performers) supera toda a besteira,” ela diz sobre o crescimento contínuo da banda.

“Eu só acho que qualquer um que os vê sabe que está assistindo algo real,” comenta Bartees Strange. “Quando você os vê tocar, é óbvio que está assistindo um grupo de pessoas que realmente se importa com o que está fazendo. Em um mundo onde está cada vez mais na moda ser indiferente, eles sempre parecem estar se divertindo muito no palco também.”

Ele experimentou isso em primeira mão quando viu a banda tocar no Warped Tour, logo após o lançamento do álbum de estreia deles. “Eles eram uma das bandas mais incríveis que eu já tinha visto,” ele diz com entusiasmo. “Não havia muita representatividade na cena naquela época também, então ver alguém que não era um cara branco tradicionalmente bonito cantando pra caramba uma música de rock foi muito revigorante. Era algo com o qual muitas pessoas do meu mundo se conectavam, e ver isso continuar ao longo das gerações é incrível.”

“A maneira como Hayley escreve é tão identificável também. Nada parece forçado, mas ela realmente se expõe. Você consegue sentir essa vulnerabilidade nas letras, enquanto a música é simplesmente fenomenal.” Ele acredita que o crescimento da banda se deve, de fato, à sua arte. “Eles poderiam facilmente ter feito músicas como ‘Misery Business’ pelo resto de suas carreiras, mas continuam tentando coisas novas. E tudo o que eles tentam é realmente muito bom,” ele comenta. “Parece que eles ainda estão realmente comprometidos em redefinir o som e a visão do Paramore com cada álbum, e isso é muito inspirador. Há essa experimentação, mas eles nunca tentam ser outra coisa além de si mesmos. Eu simplesmente amo bandas que não têm medo de fazer música.”

Tradução: Natie Assis, Carol Guimarães e Matheus Pacheco.

Paramore Brasil
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