Em nova entrevista para a Vogue, Hayley Williams fala sobre como ainda acha a Beyoncé subestimada, sua nova tendência na moda e a importância de usar sua voz para chamar a atenção para questões políticas atuais. A vocalista também comenta sobre a turnê atual do Paramore, os shows em Los Angeles, a volta da banda para o estúdio nos próximos meses e sobre como está ansiosa para abrir para Taylor Swift na Europa!
Confira abaixo a tradução completa, feita pela equipe do Paramore Brasil:
Desde o final de maio, o grupo de rock Paramore embarcou em sua nova turnê pela América do Norte. A vocalista Hayley Williams e os membros da banda, Zac Farro (bateria) e Taylor York (guitarra), apresentam novas músicas de seu último álbum, This Is Why, bem como seus sucessos dos anos 2000, como “Misery Business” e “The Only Exception” e muitos outros. Para Williams, a interação contínua com seus fãs mais fervorosos tem sido, sem dúvida, o ponto alto — não importa em que cidade eles estejam se apresentando. “Depois de vinte anos, é um milagre ainda podermos fazer isso“, diz Williams. “Como um ser humano nos dias de hoje, há tantas coisas para se preocupar e causas para lutar, então ter algumas horas todas as noites para estar com pessoas e vê-las sorrindo, gritando e dançando — me sinto muito sortuda. Há muita alegria.“
Embora seja difícil para Williams escolher a noite favorita da turnê de verão até então, os shows no Madison Square Garden, em Nova York, no início da turnê no final de maio, estão entre os destaques. “Na segunda noite, fizemos um novo melhor amigo porque David Byrne veio de bicicleta para o nosso show”, diz Williams. “Ele veio nos assistir e ficou depois do show.” Mais recentemente, em seu show em Houston no início deste mês, Williams também fez um cover especial da música “I Miss You”, de Beyoncé — uma homenagem adequada, já que Beyoncé nasceu na cidade. “O álbum 4 dela, para mim, é um dos álbuns de R&B pop mais subestimados”, diz Williams. “Se eu estiver um pouquinho animada e ouvindo Beyoncé, vou começar a falar sobre como ela é subestimada. Por mais famosa que ela seja e pelo tempo que ela está nesse negócio — sua voz, sua arte e o fato de que ela arranja todos os vocais em seus álbuns — ela ainda é subestimada para mim.”
Na noite passada, enquanto isso, o Paramore continuou com um show no Kia Forum em Los Angeles, e até trouxe a convidada especial Billie Eilish para uma interpretação de “All I Wanted”. A música tem sido uma das favoritas do público durante a turnê. “Transformamos essa música em uma que tocamos quando queremos surpreender a plateia“, diz Williams. “Ela quase não entrou no álbum ‘Brand New Eyes’, o qual não é tão engraçado para mim agora.” Para os dois shows em Los Angeles — o segundo acontece hoje à noite — Williams também caprichou no drama da moda no palco: Rodarte criou dois looks personalizados para ela. O primeiro, estreado na noite passada, consistia em um mini vestido xadrez; o segundo, para esta noite, será uma blusa vitoriana dourada lamé e saia de bailarina. “Eu sempre amei Rodarte“, diz Williams. “Quando eles criam algo que parece feminino, parece brincalhão e tem uma singularidade — não se leva muito a sério. É mais ou menos onde estou na minha vida: estou me divertindo muito explorando e experimentando. Estou tão animada por estar nesta fase em que estou muito mais feliz em abraçar a moda. É muito mais divertido.“
Esse é um sentimento que certamente está presente durante toda a turnê. Descrevendo seu estilo atual no palco como “anos 1960 encontra Alfred Hitchcock e Stanley Kubrick“, a cantora diz que tem se inclinado para silhuetas curtas e o estilo mod. “Gosto de mostrar as pernas. Sou uma pessoa muito baixa, então tento incorporar meu lado Tina Turner todas as noites, e preciso que a barra das roupas fique na altura dos meus ossos do quadril“, diz Williams. “Também percebi que me sinto mais feliz quando estou usando cores. Não gosto de usar preto tanto quanto pensava.” Durante toda a turnê, ela tem usado designs coloridos de marcas como Courrèges (ela adora as minissaias e hot pants), Coperni e Ottolinger. “Eu tenho um blazer verde-limão [da Ottolinger] que tem um corte muito legal, e eu o uso como um vestido“, diz Williams. “Eu adoro blazers masculinos. Estou me divertindo em combinar blazers amplos com partes de baixo mais curtas. Isso combina com minha personalidade: na vida real, eu basicamente me visto como um cara que finge que anda de skate.“
Williams também adotou declarações políticas mais poderosas durante sua turnê. Basta observar as camisetas “Abort the Supreme Court”, que ela usou tanto em Boston quanto no Texas, chamando a atenção para decisões preocupantes, como a revogação do caso Roe vs. Wade ou a limitação das proteções LGBTQ+. “Realmente sinto que deveria usar isso todas as noites“, diz Williams sobre sua camiseta política. “Na parte de trás dela há um trecho da Declaração de Independência que diz: ‘Quando qualquer forma de governo se torna destrutiva como fins, cabe ao povo alterá-la ou aboli-la’. Acho que algumas pessoas se esqueceram disso.“
Assim que a turnê terminar em agosto, Williams e a banda não perderão tempo para voltar ao trabalho. “Os caras e eu já estamos prontos para fazer mais música“, diz Williams. “Estamos nos preparando para entrar no estúdio novamente por diversão“. Além disso, ela também estará em turnê com Taylor Swift no próximo ano, durante a leg europeia da turnê recordista The Eras Tour. “Não paramos de falar sobre isso“, diz Williams. “Embora já tenhamos ido à Europa várias vezes como banda, é a primeira vez para nós, porque teremos muito mais tempo em cada uma das cidades“. Quanto ao que ela usará na The Eras Tour? Espere um novo estilo de moda. “Taylor e eu temos trocado mensagens e eu disse: ‘Bem, tenho que começar a planejar minhas roupas‘”, diz Williams. “Basicamente, vou comprar um conjunto de shorts de linho The Row e usar todos os dias. Vou ser um personagem – um personagem de White Lotus. Estou realmente nervosa que apesar de tudo vou virar Portia muito rápido.”
